terça-feira, 29 de abril de 2014


Não é um império perdido, mas o tempo dos sistemas de armazenamento em discos de policarbonato já lá vai. Enquanto as pens, os discos externos e a cloud crescem junto dos consumidores, os CDs e DVDs acumulam-se nas gavetas.

A iniciativa começou a ser projetada pela Quercus há três anos, mas alguns entraves legais e de entendimento fizeram com que a iniciativa demorasse mais tempo. Hoje, 29 de abril, várias entidades vão assinar um protocolo de compromisso de apoio à campanha “Vamos gravar essa ideia”, destinada à recolha de CDs e DVDs para reciclagem.

Quantos discos com música, com software ou com fotografias tem perdidos lá em casa, a ganhar pó, alguns dos quais já tão crivados de riscos que nem os leitores óticos lhe conseguem dar significado? Foi a pensar nestes casos que a associação ambiental portuguesa projetou a iniciativa.

“Em breve”, num espaço de tempo que Pedro Carteiro da Quercus espera que não seja superior a 30 dias, estarão disponíveis em todo o país 400 pontos de recolha de CDs e DVDs. A Chronopost é a grande aliada da iniciativa já que vai colocar ecopontos próprios nas lojas da rede PickMe, onde a empresa tradicionalmente já faz recolhas e entregas diárias.

O facto de o circuito de recolha estar montado é um dos elementos positivos deste projeto, já que a nível de impacto ambiental – com os transportes por exemplo – não existem grandes diferenças. A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) também faz parte do grupo de acordo e os postos de recolha podem depois ser estendidos até aos hipermercados.

Ao contrário do que acontece com outros resíduos, os CDs e DVDs não são domínio de ninguém: “nem as autarquias queriam responsabilidades na recolha destes produtos”, conta Pedro Carteiro .

A campanha conta com o apoio do Ministério do Ambiente que através de uma portaria publicada no Diário da República em março deste ano validou em termos legais a realização da campanha. No documento é autorizada também a recolha de discos BluRay e de disquetes, mas optou-se por não alargar a iniciativa a estes equipamentos para não se “criar custos sobre os custos”, esclareceu o membro da Quercus.

Segundo uma nota de imprensa, o acordo para o início oficial da campanha vai ser assinado hoje e vai contar com o apoio da secretaria de Estado do Ambiente, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Amb3E, da Ecopilhas, da EGF, da EGSRA, da ERP Portugal e da Sociedade Ponto Verde (SPV).

Pedro Carteiro comparou os CDs e DVDs à situação das pilhas, dizendo que existem muitos destes produtos perdidos na casa dos consumidores. Por isso é esperado no início da campanha uma grande afluência por parte das pessoas. Ainda assim o membro da entidade de defesa do ambiente não consegue projetar um número de quantos discos poderão vir a ser recolhidos, isto porque os vários levantamentos feitos aos resíduos existentes nunca contemplaram os CDs e DVDs.

Numa primeira fase só será possível preparar os discos para a reciclagem, que terá que ser feita fora de Portugal. Mas caso haja uma grande afluência, existe a possibilidade de ser feito um investimento para que também a transformação do policarbonato possa ser feita em território nacional.

Os CDs e DVDs são fabricados em policarbonato, um polímero termoplástico, tendo ainda uma camada de alumínio e outra de verniz. A sua reciclagem permite um reaproveitamento em produtos como óculos.

A venda dos resíduos vai gerar uma soma de dinheiro que vai depender da participação na iniciativa, mas que a Chronopost já prometeu entregar à associação Floresta Unida para a plantação de árvores.

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