terça-feira, 25 de novembro de 2014


Pode não ser o equipamento mais potente ao nível dos testes de desempenho, pode não ser o mais atrativo para algumas pessoas e não tem nada de futurista como sensores biométricos. É a sua “normalidade” que o coloca numa categoria à parte.


A Sony voltou à carga. O lançamento de smartphones topo de gama tem sido feito a um ritmo tão pouco habitual que quando se pensa no lançamento do modelo original, o Sony Xperia Z, parece que já foi há bastante tempo, mas aconteceu “só” em 2013.

Por esta razão a Sony não tem conseguido fazer grandes mudanças no seu equipamento. Tem apostado antes no aprimoramento de falhas que vão sendo apontadas aos Xperia Z. E esta estratégia tem tanto de positiva – o smartphone está sempre atualizado com as melhores especificações -, como de negativa – os modelos são muito parecidos e podem causar confusão no consumidor.

Mas o Xperia Z3 é diferente. É o verdadeiro novo Sony Xperia Z. É o refinamento final dos modelos que têm chegado ao mercado. E mais uma vez a tecnológica japonesa conseguiu fazer com que as pequenas diferenças fossem significativas. Só houve um aspeto que não mudou e isso é bom para os utilizadores: a experiência de utilização continua imaculada.


O melhor é ser acima da média

É arrojada a suposição de que o Sony Xperia Z3 tem tudo para ser o melhor smartphone Android – e não só – do mercado.

Tem o melhor ecrã? Não. Tem a melhor câmara fotográfica? Não. Tem o processador com melhor desempenho? Também não. Tem leitor de impressões digitais ou contador de batimentos cardíacos?...Não. Tem suporte para redes 4G de categoria 6? Negativo.

Então porque é que o mais recente topo de gama da Sony tem tudo para estar entre os melhores? Porque consegue ser muito bom e acima da média na maior parte das características. Não é o melhor nos parâmetros de análise referidos, é um facto, mas quando se junta todo o pacote e se faz o devido peso daquilo que o equipamento pode dar ao utilizador, então aí são poucos os que lhe podem fazer frente.

Além disso o smartphone oferece de facto aquilo que uma boa parte dos consumidores pedem para os níveis de preço do segmento premium - o preço do Xperia Z3 começa nos 589 euros.

O ecrã, por exemplo, é de grandes dimensões graças às suas 5,2 polegadas e resolução Full HD. No caso do ecrã apesar de as características serem as mesmas, existe um salto qualitativo relativamente à geração anterior. O brilho está mais controlado e mais agradável para os olhos, ainda que as cores continuem não muito realistas – apresentam-se demasiado saturadas, azuis demasiado azuis e verdes muito verdes.

Mas no geral a experiência de visualização é boa: as fotografias, os vídeos e os jogos que têm a devida qualidade ganham “alento” quando reproduzidos no Xperia Z3.



Na fotografia o cenário volta a repetir-se um pouco. Os números são os mesmos, isto é, o sensor fotográfico de 1/2,3 polegadas continua a ser capaz de produzir fotografias com 20,7 megapíxeis e no geral o resultado alcançado pelo Xperia Z3 é muito semelhante ao sensor do Xperia Z2.

A diferença está sobretudo ao nível da fotografia noturna ou em baixas condições de luminosidade. O novo Sony parece ser muito mais sensível para a luz que o rodeia, conseguindo entregar fotografias bastante claras tendo em conta as condições. Por vezes as fotos com pouca luz ficam um pouco baças, mas o utilizador pode evitar este efeito ao ter um pouco mais de cuidado na composição da imagem. Ainda assim, bem acima do que a maioria dos smartphones consegue atingir.

As fotos em condições normais conseguem alcançar um grande detalhe e pormenor. Ficam aqui três exemplos do que faz a câmara do Xperia Z3.








Um smartphone de invernoA Sony foi a primeira grande fabricante a fazer com que os equipamentos topo de gama pudessem ir ao banho. Esta questão já aqui foi discutida mais do que uma vez. Não é uma funcionalidade que faça voar telemóveis das prateleiras, mas é bastante útil em várias situações do dia a dia.

Foi correr com o telemóvel na mão e chegou a casa com ele todo suado? Não há problema, pode passá-lo por água. Começou a chover, não tem grande abrigo, mas a chamada é mesmo importante? Fale sem receios, o máximo que a chuva fará é limpar o equipamento. Está a lavar a loiça e quer saltar de música no Spotify? Faça-o sem ser preciso agarrar um pano primeiro.

O telemóvel é estanque, comprovado, e a Sony recomenda que mais do que meia hora debaixo de água pode não fazer muito bem à saúde do equipamento. Recomenda-se aqui o espírito da utilização razoável. Mas um aspeto que não deixa de impressionar, sobretudo junto de quem não costuma lidar com esta categoria de equipamentos, é o facto da entrada de auscultadores estar a descoberto e mesmo assim garantir a impermeabilidade. No entanto este buraco pode por vezes segurar alguma água que é apenas libertada nas ocasiões menos apropriadas.

Perde-se assim a ideia de que um telemóvel deste género só faz falta no verão, para uma visita à piscina ou ao parque aquático. O dispositivo móvel da Sony é também de inverno, de outono e de primavera.



Admite-se que houve um aspeto no Sony Xperia Z3 que preocupou: existem espaços entre o ecrã e o chassis do telemóvel. O GapGate do Galaxy Note 4 foi a primeira história a vir à memória. Não é tão grave, mas é notório e de referir. Apesar de não ter causado problemas, quando o equipamento ia a “banhos” ficava sempre uma sensação de desconfiança – que nunca se veio a confirmar.

E estas pequenas falhas – que podem não existir em todos os modelos – são o único factor negativo a apontar ao design do Xperia Z3. E foi aqui que a Sony deu o grande salto qualitativo. O tamanho continua a ser generoso, mas as extremidades arredondadas tornam-no mais user friendly.



















































Sony Xperia Z3


As laterais em aluminio colorido e a construção em vidro – que tem uma resistência mediana a riscos – dão-lhe a sensação premium que ainda falta a muitos equipamentos topo de gama. O vidro do Xperia Z3 é no entanto muito escorregadio, ao ponto do telemóvel mover-se sozinho numa superfície lisa ao mínimo toque.

Na mão o telemóvel assenta muito bem e as margens entre o ecrã e o resto do corpo do equipamento estão mais reduzidas – mas a Sony pode continuar a melhor neste aspeto.


Android de fazer inveja ao iOSUm aspeto onde o Xperia Z3 sempre foi melhor do que a esmagadora maioria da concorrência é ao nível do desempenho. Continua limpo, fluído, rápido, sem falhas.

O equipamento nunca mostrou um “engasgo”, mesmo em situações mais exigentes como na transição entre aplicações ou na utilização de aplicações mais exigentes como vídeojogos ou streaming de vídeo como o Twitch. Navegar na Internet e nas redes sociais é feito como devia ser, sem problemas ou atrasos.

O Sony Xperia Z3 não é um super-telemóvel, também sofre com as exigências sobretudo ao nível do aquecimento, mas é um equipamento que no desempenho faz lembrar os melhores tempos do iOS.

O desempenho exímio estende-se também à outra grande característica do Z3: o suporte com o Remote Play da PlayStation 4, que permite jogar títulos de nova geração no smartphone através de tecnologia Wi-Fi. O  teste – que foi foi passado com distinção -, mas mesmo em jogos de nova geração, como The Last of Us Remastered ou Infamous: Second Son não apresentam desafio para este sistema.

Apesar de poder parecer apenas mais uma funcionalidade, pense nesta pergunta: há algum equipamento de outra marca que permita fazer o mesmo, isto é, jogar jogos de PlayStation 4?

Tendo em consideração todos os elementos já referidos e que parecem verdadeiros devoradores de energia – grande ecrã, boas fotografias, gaming de última geração, streaming e redes sociais “fluídos” -, é a bateria do Xperia Z3 um dos seus maiores trunfos. Os utilizadores vão conseguir atingir os dois dias de utilização normal sem grandes dificuldades – mesmo com Wi-Fi sempre ligado, por exemplo.

Foram aliás raras as vezes em que foi preciso carregar o Xperia Z3 dois dias seguidos e quando isso aconteceu a carga de exigência foi bastante puxada.



Para os casos de aperto, que acontecem independentemente do telemóvel que se tem, existem agora modos inteligentes de conservação de energia. Não se percebe no entanto é o tempo de espera necessário para ativar o modo Ultra Stamina – tanto no arranque como quando volta ao normal. O Huawei Ascend P7 tem uma opção semelhante e são apenas precisos dois segundos para transformar o telemóvel numa reserva de energia. Este é mais um ponto onde a Sony ainda pode aprender com a concorrência.


Considerações finais
Comprar o Sony Xperia Z3 não é comprar um smartphone. É comprar uma experiência de utilização e um conjunto de características e ferramentas que mesmo não sendo as melhores do mercado no campo individual, conseguem todas ter um desempenho acima da média. Design e construção acima da média, resistência acima da média, fotografia acima da média, integração acima da média..

Pequenos “grandes” pormenores como a possibilidade de jogar títulos da PlayStation 4 num telemóvel ajudam a justificar parte do seu preço, sobretudo para quem já tem a consola de última geração da Sony. Já não precisa de comprar uma PS Vita para ter acesso ao Remote Play. Defende-se até que um bundle entre a PlayStation 4 e o Xperia Z3, bem colocado ao nível de preço, seria o “escândalo” deste Natal.

Mas a vida não é assim tão fácil para quem compra e não menos para quem vende. Foram alguns responsáveis da Sony Mobile Portugal quem o admitiram : até uma marca com tanta tradição de mercado sofre do estigma de que só os Samsung e os iPhone é que são bons telemóveis.

A Sony já tinha provado mais do que uma vez que esta não é a realidade. Depois do Xperia Z3 só não acredita quem não quer.

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