domingo, 31 de maio de 2015


Com o novo P8 a Huawei volta a provar que merece um lugar residente no top das melhores marcas de smartphones. Um chassi todo de metal, um design clássico e a elevada performance valem um olhar sério para o P8. E há ainda a considerar o preço.


A marca chinesa não esconde a ambição de estar no top das vendas de smartphones, em volume mas também em valor, e a aposta nos produtos premium é clara e bem definida. Os modelos da linha Ascend P e Ascend M são os iscos de luxo neste ataque a um mercado onde a Apple e a Samsung têm dado cartas, mas onde há ainda muito espaço para a inovação e qualidade.


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Prestes a chegar ao mercado português, o Huawei P8 está pronto para desafiar os “tubarões” do mercado de smartphones de topo de gama, e mais uma vez alia a qualidade de fabrico e o design a uma proposta de preço que não deve ser ignorada numa avaliação de compra mais racional. E a verdade é que o smartphone passa nos testes de design, performance e usabilidade com distinção.


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O novo topo de gama falhou o momento alto do Mobile World Congress onde a marca só revelou wearables e foi apresentado a 15 de Abril em Londres, cerca de um ano depois do seu antecessor P7, mas regista algumas evoluções significativas, sobretudo ao nível do design, e também uma evolução técnica que só se sente uma utilização mais prolongada.




Neste modelo a Huawei parece ter abandonado (finalmente?) o cognome Ascend e optado apenas pela designação Huawei P8 para simplificar a apresentação. E a simplificação é também uma das marcas do equipamento que apresenta um chassi todo de metal, sem curvas e com um design minimalista onde não faltam os cuidados com os pormenores.




Quase sem moldura a contornar o ecrã de 5,2 polegadas, o P8 torna-se mais fácil de usar com apenas uma mão, contribuindo também para isso o facto de ser mais fino. A espessura é de apenas 6,4 mm e isso torna-o mais “elegante” que o iPhone 6 e o Samsung S6, com a vantagem adicional de não ter lentes salientes que podem ser um problema a prazo.









Apesar da elegância dos pormenores e da qualidade dos acabamentos, a utilização de uma barra de cor em plástico – branca no modelo que testámos, aliás, champagne místico– no topo e na base do equipamento não é visualmente agradável nem atraente. Sem um logotipo, um botão ou um elemento visual esta barra fica demasiado vazia, sem utilidade, e o mesmo se pode dizer da barra de topo na traseira que “suporta” a lente do sensor fotográfico.




A utilização de uma peça única de metal do chassi traz algumas vantagens em termos de durabilidade e resistência a riscos face ao P7, cuja traseira em vidro reflete ao fim de algum tempo uma utilização mais intensiva. Mas há também alguns desafios em termos de qualidade de sinal de rede, que a Huawei garante ter ultrapassado eficazmente, e de blindagem do acesso à bateria, algo que muitos equipamentos de topo de gama já assumiram como quase obrigatório mas que desagrada a muitos utilizadores que querem ter opção de trocar a bateria sempre que lhes apetece.




Pontos positivos para a performance e qualidade de rede




O design pode ser a primeira avaliação que qualquer utilizador faz quando pega num smartphone, mas os mais techies vão querer analisar o desempenho e as especificações, assim como a qualidade de sintonização da rede móvel e Wi-Fi. Até porque no fim de contas isto é que garante a satisfação geral com o uso do equipamento, por mais bonito que seja.




Neste domínio o Huawei P8 conquista muitos pontos positivos. A experiência da marca na área de telecomunicações é bem valorizada no desenvolvimento do telemóvel, que integra um processador Kirin 930 de 64 bits, octa core, uma evolução em relação ao modelo utilizado no P7 que a Huawei garante trazer mais 80% de rapidez.




A verdade é que se sente mais fluidez e melhor desempenho nas aplicações e na mudança entre tarefas, o que é sempre uma melhoria bem-vinda, embora por vezes difícil de notar nas tarefas mais simples. E os 3GB de RAM também ajudam.









A nível de memória as opções ficam entre os 16 e os 64 GB, que não estão totalmente disponíveis mas que podem ser alargados através de um cartão micro SD para quem precisar de alojar toneladas de aplicações, músicas e vídeos.




A capacidade de sintonizar a rede, que é sempre um desafio em modelos de metal, é um dos pontos em que a Huawei investiu mais. A marca desenvolveu o Signal +, evitando alguns desaires que já afetaram a concorrência já mostraram, e a forte experiência da marca no desenvolvimento de soluções e infraestruturas de telecomunicações dá uma boa ajuda para uma performance impecável.




Uma das grandes vantagens é revelada logo na sincronização imediata das células das antenas, mas também no roaming, com aquilo que a Huawei garante ser uma ligação mais rápida do que qualquer outro telefone assim que aterra em solo estrangeiro, algo que conseguimos comprovar.




No geral a Huawei promete com esta tecnologia que há uma forma mais inteligente de utilização das antenas integradas no telemóvel e que o sinal se mantém forte, evitando perdas de chamadas.




Nas ligações destaque também para o WiFi+ que pode ser a salvação do artista num ambiente onde se multiplicam as redes disponíveis: o P8 vai indicar-lhe as que têm melhor sinal, limpando o cenário “ruinoso” que muitas vezes se gera em alguns ambientes e que é normalmente difícil de gerir nos telemóveis.




Uma nota positiva segue também para a bateria, normalmente bastante penalizada com a opção por performance mais elevada e pela qualidade do ecrã. A bateria é de 2.600 mAh e está inacessível a trocas casuais, mas aguenta-se bem a cargas de utilização intensa e maratonas de streaming de vídeo a que a sujeitámos, mantendo-se longe da ficha elétrica durante um dia completo.




A Huawei adicionou também um modo de fast charging, prometendo uma carga completa em três horas, mas não conseguimos validar esta rapidez, mesmo com o carregador integrado no pacote do smartphone.




Vale a pena passar ainda em revista o modo de poupança de bateria que ajusta o uso do CPU e da rede, mas em alguns casos os ganhos em “modo inteligente” não são significativos em relação ao modo normal. Se optar pelo modo ultra é garantido que tem pelo menos o dobro do tempo (prometido) mas ai fica limitado aos mínimos essenciais do smartphone.




Ecrã “médio bom” e câmara à disposição da fotografia rápida




A qualidade do ecrã de 5,2 polegadas pode ser uma desvantagem séria na concorrência direta com alguns topos de gama do mercado, entre os quais o Galaxy S6 e o LG G3 que já têm Quad HD, quando o P8 apresenta ainda um modelo Full HD 1920x1080. A diferença é visível aos olhos mas experimentados mas o ecrã não deixa de apresentar uma qualidade bastante razoável para a visualização de conteúdos multimédia, com as possibilidades de ajuste de temperatura de cor e de luminosidade a mostrarem-se bastante úteis para situações de sol intenso.




Para quem gosta de usar o telemóvel para jogos de gráficos arrojados, ou para ver vídeos, a qualidade do ecrã e a capacidade de resposta são relevantes, mas também o som é um elemento a considerar, mesmo que isso incomode os companheiros de trabalho e vizinhos em viagens de transportes públicos. O P8 mostra um desempenho equilibrado nesta área, com um som poderoso, embora falhe um pouco em algumas áreas de definição que são mais visíveis em peças clássicas.




A aposta da Huawei na fotografia é evidente e mesmo que a lente da câmara traseira não seja saliente nem esteja em grande destaque, a utilização de um sensor de 13 megapixels é uma boa novidade e o desempenho superou as expectativas, sobretudo em comparação com algumas outras câmaras no mercado, como por exemplo a do iPhone 6.









Imagens claras, com excelentes cores, mesmo em modo de macro resultaram em boas fotos, mas quando as exigências de contraste eram maiores o P8 deixou um pouco mais a desejar, acontecendo o mesmo em ambientes mais escuros, apesar das promessas da marca de que diz ter incluído o primeiro sensor do mundo RGBW de quatro cores que deveria melhorar a luminosidade em 32% em situações de iluminação de alto contraste, reduzindo-a em 78% em ambientes de pouca luz.




Os vários modos de captura e edição de fotos, como o time lapse, pintura de luzes (que regista numa única imagem as luzes de tráfego ou o movimento de chamas) e o modo de beleza são funcionalidades com que vai querer brincar em muitas ocasiões, animando conversas com a família e amigos sobre os resultados mais ou menos espantosos das experiências.




Uma funcionalidade a experimentar também é o director mode, que permite controlar até três smartphones Android na captura de um vídeo com diferentes ângulos. Não chegámos a testar mas está na lista para as próximas semanas.




Em relação à câmara fica ainda uma nota para a rapidez com que responde a uma foto espontânea. Mesmo sem um botão dedicado um toque duplo no botão menos do volume aciona a câmara que está pronta em pouco mais de 1,5 segundos e que faz com que esteja sempre a postos. E pode ir clicando para captar todos os momentos de maior animação.




Quem gosta de selfies vai acolher bem a câmara frontal de 8 megapixels e conseguir bons resultados em ambientes bem iluminados. Mas não espere milagres mesmo com o modo beleza ligado.




Funcionalidades bem artilhadas




O Huawei P8 já vem com o Android Lollipop (5.0) pré instalado, como seria de esperar, mas mais uma vez a marca torna o sistema operativo quase irreconhecível com a adição do interface Emotion UI, com que já nos habituou nos modelos anteriores mas que se pode tornar irritante para quem gosta do Android “limpinho”.




As funcionalidades adicionadas podem até relevar-se úteis, e são claramente diferenciadoras, mas as mudanças podem causar estranheza a um utilizador habituado a outros Android, nomeadamente na barra de notificações, que parece uma timeline, e nos próprios ícones de acesso às ferramentas que podem ser difíceis de reconhecer à primeira vista.




A dispensa da arrumação de aplicações do modelo habitual pode mesmo irritar os mais pacientes. Mesmo com a utilização de pastas parece tudo demasiado desarrumado e muitas vezes os ícones mudam de lugar sem justificação aparente.




Mas não é nada que não seja ultrapassado com uns dias de experiência…




Entre as “adições” feitas pela Huawei pode contar com um modo de utilização do smartphone só com uma mão que reduz o ecrã útil para uma zona mais reduzida, na área esquerda ou direita do ecrã, e que se pode tornar uma boa opção, para quem se conseguir habituar.




A Huawei acrescentou também uma funcionalidade interessante para quem está sempre a perder o telemóvel: chama-se Huawei Speech Awareness – Deteção do discurso na versão em português - e basta definir uma mensagem pessoal para localizar o telemóvel. A língua terá de ser o inglês, com sotaque britânico, norte americano ou australiano, e pode treinar a frase sugerida Okay emy.




Depois basta dizer Okay emy para ativar a funcionalidade e juntar a pergunta “where are you” para ouvir a resposta alegre “I’m here” e um toque de som. Pode ser útil mas consigo imaginar algumas situações embaraçosas…




Contas finais

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É lógico que a Huawei queira prolongar com o P8 o sucesso que teve com os modelos anteriores. Os dados da empresa indicam que o P6 vendeu mais de 5 milhões de unidades e que nos primeiros seis meses o P7 vendeu mais de 4 milhões e é de esperar que o caminho do P8 seja semelhante face à qualidade do equipamento e ao preço, próximo dos 530 euros.




O teste que fizemos tem um resultado bastante positivo, com o P8 a mostrar uma performance à altura dos tubarões da concorrência e alguns pontos extra na câmara. Quem gosta do design tradicional e não está ainda muito virado para as curvas é um equipamento a considerar seriamente, embora o ecrã não seja tão bom como seria desejável.




Em Portugal o modelo está disponível nas cores champagne e cinza e chega às lojas a meio deste mês de maio com um preço a partir de 529 euros para a versão de 16 GB.




E este preço tem também de ser considerado como uma opção positiva para quem está à procura de um smartphone de topo de gama.

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